Uma ideia sem execução é um sonho. (Duque de Saint-Simon)
As ideias surgem em todo lado – e temos de as agarrar bem, para que não fujam. Às vezes, irrompem de forma tão arrebatadora que se não as agarrarmos logo elas fogem e nunca mais as vemos; outras, assomam-se lentamente, vão-se aproximando de mansinho, sussurrando-nos ao ouvido. Umas vezes, são já muito claras; outras, absurdas «à primeira vista».
Agarrada uma ideia vem a parte mais difícil: a lapidação.
Afonso Cruz diz que precisa de caminhar para resolver questões relacionadas com a escrita: «para desatar nós», «para desfazer coágulos que o enredo acumula nas suas veias».
Eu também!
Não! Calma! Não me estou a colocar no patamar do Afonso.
Repito: Não me estou a colocar no patamar do Afonso! (Mas que gostava de lá estar, lá isso gostava!)
Quero com isto – apenas – dizer que eu também preciso de caminhar para gerar e aprimorar ideias.
E assim foi com este livro. Nas caminhadas domingueiras com o Luís, que duravam cerca de duas horas e meia, desataram-se muitos nós, desfizeram-se muito coágulos, aprimoraram-se muitas ideias e aspirantes a ideias.
Mas vamos ao início dos inícios. Tudo começou num dia de inverno – gelado e cinzento, de um cinzento ofuscante, por onde o sol espreitava de vez em quando e fazia brilhar as poças de água que encadeavam os olhos da gente – quando cheguei à escola com os meus companheiros inseparáveis, os óculos de sol:
– Professora, estamos no inverno e você está de óculos de sol?!
– Sim! Sabias que devemos usar óculos de sol durante todo o ano?
Entramos na sala e falamos sobre o assunto, claro! E rematei a conversa com:
– Ah, e não se espantem se por acaso me virem a estender roupa ou a cuidar do jardim e da horta de óculos de sol! Eu faço sempre isso.
«Este assunto é mesmo importante. Os miúdos precisam de saber mais sobre a visão e sobre os cuidados a ter com os olhos. E os com óculos, claro! Tudo isto reunido em livro… ilustrado… com linguagem adaptada aos miúdos… era capaz de ser uma boa ideia.»
E a ideia não me saía da ideia.
Expus a minha ideia ao Luís e ele logo a acatou. Também ele achava que era uma boa ideia.
Que seria um projeto solidário foi a segunda ideia a surgir.
A partir desse dia, o assunto capital das caminhadas domingueiras era sempre o mesmo. Foram vários meses – mais de um ano – a trocar ideias e a transpirar entusiasmo.
A pesquisa intensa, o primeiro esboço, a organização de ideias, a reorganização de ideias, a pausa para assentar ideias e…
Desde este primeiro momento, em que a ideia veio ter comigo à porta da escola, até o livro se materializar em papel, passou muito tempo – mais de três anos de dedicação, trabalho e entusiasmo: pesquisas, contactos com várias pessoas, organização de informação e de ideias, propósito, escrita, reescrita, reescrita, reescrita, revisão, revisão, revisão… ufa!
No livro «Olha pelos teus olhos e pelos teus óculos» o tema da visão é abordado de uma forma simples (mas não simplista) e ilustrada. São 66 páginas de informações úteis e explicações detalhadas, dicas e conselhos, verdades e mitos, curiosidades, provérbios, poemas, jogos e até um pouco de história sobre os óculos, esse auxiliar da visão tão importante nos nossos dias.
As ilustrações são de Carla Anjos, a revisão de texto de Ana Monteiro e a edição da editora PraLer
O livro «Olha pelos teus olhos e pelos teus olhos» encontra-se à venda online, na Wook e Bertrand; em diversas livrarias físicas por todo o país: Livraria Centésima Página (Braga), Livraria Até à Lua (Lagos), Livraria Aqui há gato (Santarém), Tico tico bazar (Vila do Conde), KIOSQUE (Árvore), Livraria da Zé (Ruivães, Vila Nova de Famalicão); nas Lojas da Visão online e físicas em Arouca, Vale de Cambra e Corga do Lobão; e na Biblioteca Municipal de Vale de Cambra.
10% das vendas do livro revertem a favor da AAICA – Associação de Apoio e Informação a Cegos e Amblíopes
Hoje é o Dia Mundial da Visão. Este dia é comemorado anualmente na segunda quinta-feira do mês de outubro. É uma iniciativa anual levada a cabo pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 1998 e visa chamar a atenção para os problemas da visão, como a cegueira e a deficiência visual.
Este ano, a OMS veio chamar a atenção especificamente para a saúde ocular infantil.
A comemoração da efeméride é uma oportunidade para sensibilizar e motivar a população para a importância da prevenção dos problemas visuais e da realização de rastreios visuais regulares, que devem começar na infância.
O livro «Olha pelos teus olhos e pelos teus óculos» pode ser um boa ferramenta neste campo, acreditamos!
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