Aonde quer que eu vá, descubro que um poeta esteve lá antes de mim.
Sigmund Freud
Hoje é Dia Mundial da Poesia!
Eu diria que, tal como o Natal, o dia da poesia é quando o Homem quiser. Ainda assim, quis passar por aqui para assinalar a data.
A poesia esteve sempre presente na minha vida: primeiro as rimas e as cantigas orais; depois a leitura e a escrita. Aos 15 anos escrevi, por iniciativa própria, várias quadras sobre os colegas de curso.
Muito tempo depois, participei em algumas coletâneas, com poemas.
Hoje, tenho à cabeceira vários livros de poesia e vou lendo: poema a poema; livro a livro; dia após dia.
Na escola, desenvolvo um projeto de agrupamento – o Poesia-te – pelo 3.º ano consecutivo. E vou escrevendo, de vez em quando – poesia.
Hei de voltar a este assunto. Mas por agora, deixo-te este poema. Partilha-o com uma criança perto de ti!
Ah, este poema também tem uma história, mas ficará para outro dia!
O despertador
Era um velho despertador
que despertava uma família inteira
quando se esqueciam de lhe puxar o botão
pra despertar, não havia maneira
Era um velho despertador
que despertava até os vizinhos
quando se esqueciam de lhe dar corda
atrasados, corriam pelos caminhos
Era um velho despertador
que despertava até o cão
quando se enganavam a marcar a hora
instalava-se a confusão
Quando se esqueciam de lhe puxar o botão
ninguém levava farnel
— Este despertador não presta!
reclamava o Manel
Quando se esqueciam de lhe dar corda
ninguém acordava à hora certa
— Este despertador não presta!
queixava-se a Felisberta
Quando se enganavam a marcar a hora
pela manhã, uma correria
— Este despertador não presta!
vociferava a Maria
Se era dia de descanso
e do despertador vinha o som irritante
voavam almofadas
da cama da Violante
De orelhas tão marteladas
certo dia o despertador
resolveu reclamar
o seu devido valor
Foi-se embora sem se despedir
pois ali não era estimado
agora está no museu
onde é muito apreciado
Lembras-te deste despertador? Ainda tens algum? Queres partilhar uma fotografia ou história engraçada?