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Sempre ouvi da minha mãe: “Cada burro sua mania”. Não sei se foi ela que criou (ou adaptou) este provérbio – afinal, todos somos artistas – mas que se aplica a todos nós, lá isso aplica, não duvido.

E sempre ouvi dizer que os leitores (e os escritores, claro!) também têm muitas manias. Eu diria que cada leitor tem uma mania muito sua, da qual se orgulha.

Afonso Cruz, numa masterclass, a determinada altura, falou de hábitos peculiares de algumas pessoas e exemplificou: abrir a bíblia ao acaso, apontar o dedo também ao acaso, ler essa parte e retirar daí uma iluminação para o dia, para a vida.

Eu também tenho vários hábitos, várias manias; mas há uma…

Vou contar!

Até aos meus 19 ou 20 anos, os livros em minha casa eram escassos. Constituíam a biblioteca do lar: dois livros de histórias oferecidos pela minha madrinha antes de eu saber ler; uma espécie de dicionário ilustrado, também oferecido pela madrinha, pelos meus 8 anos; Os quatro evangelhos, dos tempos de solteira da minha mãe e os manuais escolares.

Foi por esta altura, já a trabalhar na Associação Valecambrense de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente que comprei os primeiros livros: Obras Completas de Júlio Dinis. E li-os quase todos, ainda a cheirar a novo.

Na infância, os manuais escolares e os livros requisitados do pequeno e velho armário-biblioteca da escola, não satisfaziam o meu desejo voraz de leitura; nem as histórias e as lendas que a mãe e os antigos contavam.

Na adolescência, pedia livros aos vizinhos. E eles emprestavam, de banda desenhada, da Disney. Era o que tinham. Foi daí que veio esta mania — todos os anos, nas férias de verão, leio um livro de banda desenhada, da Disney. E gosto especialmente de o fazer na praia.

Ah, e registo a data da leitura na última página — não vá precisar dessa referência para contar aos meus netos quando/se os tiver. Manias de uma leitora.

E tu, tens alguma mania muito tua? Queres partilhar?

 

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