Blogue

Os romanos andaram por aqui! A prova disso é esta púcara que foi encontrada nos Pardieiros, na zona dos Castelos, nos terrenos do falecido Ti Anibal da Chandeira, em Gatão.

Soube-o há pouco tempo – aquando das minhas pesquisas. E acho que poucas pessoas sabem disto.

Fiquei em pulgas – vestígios arqueológicos!

Fui logo falar a uma das filhas do Ti Anibal, a Dulce, que me contou como tudo aconteceu:

“Foi em 1978, ou antes ainda. O ano certo não sei. O meu pai tinha feito um poço no mato dos pardieiros. Como o poço era bastante fundo, e o mato inclinado, para tirar a água, começou-se a fazer uma mina mais abaixo, para o cano entrar mais abaixo e ser melhor para tirar a água.

Andavam lá os meus dois irmãos a fazer a min, quando chegaram a um certo sítio, começaram a encontrar areia. E no meio da areia apareceu essa púcara e vários cacos. A púcara, o meu pai arrumou-a. Os cacos ficaram lá.

Mais tarde, foram lá tirar fotografias e pediram a púcara ao meu pai.”

Há referências ao achado num documento – que se encontra facilmente na internet – sobre o património das freguesias de Vale de Cambra,  .

E uma referência ao Outeiro dos Riscos II que ainda não sei onde fica, nem encontrei quem soubesse (mas havemos de voltar a este tema).

Fonte: https://www.cm-valedecambra.pt/cmvalecambra/uploads/document/file/629/235.pdf

Neste livro, podemos ver a imagem do achado – que serviu de base para a ilustração.

Para que este facto não se perca no esquecimento do tempo, inclui-o também na narração desta lenda.

 

O que haverá ainda por descobrir por estas bandas?

 

A história da descoberta trouxe-me à memória uma passagem da minha infância.

Num dos passeios anuais da escola primária – hoje chamamos-lhes visitas de estudo e escola do 1.º ciclo – fui ao Portugal dos Pequenitos e às ruínas de Conimbriga.

Gostei tanto das ruínas e fiquei tão encantada com aquele banho de história!

Cheguei a casa tarde e cansada – e devo ter sonhado com mosaicos, cacos de cerâmica, moedas e outras coisas que vi.

No dia seguinte, fui escavar no mato que ficava do outro lado da estrada, perto da minha casa. Não encontrei nada – claro! Mas nas semanas seguintes ainda pensava no assunto. Tinha (quase) a certeza de que ali havia algo escondido.

Anos depois, as escavações a sério que lá se fizeram, para uma construção, não revelaram vestígios arqueológicos – mas as minhas memórias desse entusiasmo na procura de achados antigos, essas, perduram até hoje, com o mesmo encantamento.

 

Ah, a tal púcara está no Museu Municipal de Vale de Cambra.

 

E tu? Sabias deste achado? Conheces outras histórias como esta?

Deixe um comentário

O teu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Recebe todas as novidades!

Subscreve a nossa newsletter e recebe todas as novidades sobre o Canteiro das Violetras.